Durante o ano litúrgico, os padres católicos têm duas ocasiões especiais para usar uma casula rosa em celebrações religiosas. Essa cor, rara nos paramentos, está ligada a momentos específicos de alegria em tempos penitenciais.

Domingo Gaudete: o terceiro domingo do Advento

O primeiro momento ocorre no terceiro domingo do Advento, conhecido como Domingo Gaudete. A palavra “Gaudete” vem do latim e significa “alegria” ou “júbilo”, uma referência direta à antífona de entrada da missa: “Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto!”, retirada da carta de São Paulo aos Filipenses (Fl 4,4-5).

Esse domingo marca uma pausa no tom de penitência do Advento para celebrar a proximidade do Natal. O uso da casula rosa pelos sacerdotes simboliza essa alegria e é permitido, embora não seja obrigatório.

Domingo Laetare: o quarto domingo da Quaresma

A segunda ocasião em que os padres podem usar o paramento rosa é no quarto domingo da Quaresma, chamado Domingo Laetare, ou Domingo da Alegria. O nome vem das palavras iniciais do Intróito da missa: “Laetare Jerusalem” (“Alegra-te, ó Jerusalém”), extraídas do livro de Isaías (66,10).

Esse domingo também oferece um momento de alívio no período de reflexão e penitência da Quaresma. Entre os sinais de alegria permitidos nesse dia estão a decoração do altar com flores e o uso do órgão na liturgia, mesmo em um período marcado pelo jejum, oração e esmola.

A tradição do “Domingo da Rosa”

O Domingo Laetare é conhecido ainda como “Domingo da Rosa” devido à tradição de o papa abençoar uma rosa de ouro, que era enviada a monarcas católicos como um gesto simbólico.

Esses dois momentos – o Domingo Gaudete e o Domingo Laetare – destacam a alegria em meio à espera e penitência, representada pelo uso da cor rosa, que contrasta com o roxo característico do Advento e da Quaresma. Assim, a liturgia recorda aos fiéis que, mesmo nos tempos de preparação e sacrifício, a alegria da redenção se aproxima.