Na manhã desta quarta-feira (08), começa em Buíque, no Sertão pernambucano, a primeira audiência de instrução e julgamento do caso envolvendo o Padre Airton Freire. O religioso foi denunciado por quatro mulheres e um homem em maio de 2023, após acusações que vieram à tona no final do ano anterior.

O Caso

As denúncias tiveram início com a personal stylist Silvia Tavares, que registrou queixa na Delegacia da Mulher do Recife em outubro de 2022. No entanto, o caso ganhou ampla repercussão apenas em maio de 2023, quando a denunciante compartilhou sua experiência em uma entrevista a um programa jornalístico exibido no YouTube, em Carpina.

Durante o depoimento, Silvia relatou que conheceu o Padre Airton em 2019, ao participar de retiros espirituais organizados pelo sacerdote. Na época, ela buscava apoio para lidar com um quadro de depressão.

A Defesa do Padre

A defesa do religioso expressou surpresa com a decretação da prisão preventiva de Padre Airton, classificando a medida como desproporcional. Segundo os advogados Marcelo Leal, Eduardo Trindade e Mariana Carvalho, o sacerdote já havia se afastado de suas funções eclesiásticas e da presidência da Fundação Terra, além de não haver indícios de interferência nas investigações por parte dele.

A defesa também informou que recorrerá ao habeas corpus para questionar a legalidade da decisão.

Decisão de Prisão Domiciliar

Em 24 de agosto de 2023, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), por meio da Câmara Regional de Caruaru, concedeu prisão domiciliar ao padre. A decisão foi tomada após julgamento do habeas corpus impetrado pela defesa, resultando em dois votos favoráveis e um contrário entre os desembargadores.

O caso do Padre Airton Freire segue despertando grande interesse público devido à notoriedade do religioso e ao impacto das acusações. A audiência desta quarta-feira representa uma etapa importante no processo, trazendo novos desdobramentos para um caso que mobiliza a opinião pública e as instituições judiciais.