A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) manifestou publicamente sua oposição ao avanço da legalização dos jogos de azar no país. Em nota divulgada nesta terça-feira (3), a entidade fez um apelo às autoridades públicas e parlamentares brasileiros para que rejeitem qualquer modalidade de jogo de azar, destacando os impactos negativos dessa prática sobre as famílias e a sociedade.
O Senado Federal deve votar nesta quarta-feira (4) o Projeto de Lei 442/91, que autoriza a abertura de cassinos e bingos, além de legalizar o jogo do bicho e regulamentar apostas em corridas de cavalos. O projeto, que já foi aprovado pela Câmara dos Deputados em fevereiro de 2022, agora tramita no Senado como PL 2234/2022.
Na nota, a CNBB demonstrou perplexidade diante do avanço da proposta, alertando para os riscos associados à aprovação do projeto. “Há um desprezo pela vida e pelas famílias, como valores fundamentais, ao se alicerçar e se aprovar propostas como a do PL 442/91”, criticou a entidade.
Os bispos enfatizaram que a legalização dos jogos de azar pode intensificar problemas como fraudes, manipulação de resultados, corrupção e lavagem de dinheiro, além de gerar desequilíbrios socioeconômicos. “Os jogos de azar podem contribuir ainda mais para o aumento da criminalidade, afetando diretamente o tecido social e as relações familiares”, ressaltou a CNBB.
A conferência também destacou os riscos para a saúde pública, apontando o aumento de casos de dependência ao jogo e outras questões relacionadas ao comportamento compulsivo. “Os impactos sobre as famílias e o equilíbrio social são alarmantes”, reforçou o texto.
Concluindo a nota, a CNBB fez um apelo espiritual, pedindo a intercessão de Nossa Senhora Aparecida para que o Brasil siga promovendo a paz e a dignidade humana. “Que sejamos promotores de uma sociedade mais justa, fraterna e solidária”, desejou a entidade.
O debate sobre o PL 442/91 continua a dividir opiniões no Congresso, envolvendo questões econômicas, éticas e sociais, enquanto o país aguarda a decisão do Senado.