
O recente lançamento da Netflix, o filme “That Christmas” (“Aquele Natal”), tem causado profundo desconforto entre cristãos ao redor do mundo por sua abordagem desrespeitosa e satírica ao maior símbolo do Natal: o nascimento de Jesus Cristo. Dirigido por Richard Curtis, conhecido pelo clássico “Simplesmente Amor”, o filme traz uma narrativa que, ao tentar ser irreverente e moderna, acaba por debochar da fé cristã e subverter valores fundamentais.
Ambientado na fictícia cidade litorânea de Wellington-on-Sea, “That Christmas” apresenta uma peça escolar de Natal conduzida por crianças, sob a liderança da adolescente rebelde Bernadette. Logo no início, a história já mostra seu tom irreverente quando a personagem descreve Jesus como um “hipsterzinho” e descarta a história bíblica do nascimento como “chata e ultrapassada”. Em seu lugar, propõe uma versão adaptada e, em muitos momentos, ofensiva.
Na adaptação proposta pelas crianças, José é interpretado por uma menina usando barba, Maria é retratada de forma caricata e o Menino Jesus é simbolizado por uma melancia. A peça “As Três Rainhas Magas” inclui pastores que se transformaram em agricultores orgânicos e piadas que banalizam temas sagrados, como o aquecimento global e a multiculturalidade. Esses elementos, que poderiam ser usados para promover reflexões construtivas, acabam sendo tratados de maneira zombeteira.
Um dos momentos mais polêmicos é a inclusão da música “Papa Don’t Preach”, de Madonna, em que a personagem Maria canta sobre decidir manter seu bebê. A cena, que faz alusão indireta ao aborto, choca ao associar uma questão tão delicada à figura da mãe de Jesus, desrespeitando não apenas a tradição cristã, mas também aqueles que encaram a maternidade como um chamado divino.
Para a Igreja Católica, o Natal é um tempo de profundo significado espiritual, marcado pela celebração do nascimento do Salvador, Jesus Cristo. Reduzir essa história a piadas ou tentar reinterpretá-la com deboche é uma afronta à fé de milhões de cristãos ao redor do mundo. A figura de Jesus representa amor, esperança e redenção — valores que deveriam ser promovidos e não ridicularizados.
Ao tentar ser moderno e irreverente, “That Christmas” não apenas falha em respeitar os sentimentos religiosos, mas também em reconhecer a profundidade da mensagem natalina. A Netflix, enquanto plataforma global, deveria ser mais cuidadosa ao lançar conteúdos que podem ofender comunidades de fé, especialmente em uma época tão significativa como o Natal.
Fica o apelo para que as produções culturais tratem com mais sensibilidade temas sagrados, respeitando a diversidade de crenças e promovendo valores que unam as pessoas, ao invés de polarizá-las. Afinal, o Natal é, antes de tudo, uma celebração de paz, amor e esperança.