Cuidado com bonecas bebê reborn pode sinalizar aspectos emocionais importantes e casos começam a parar na justiça

Nos últimos anos, tem se tornado mais comum ver mulheres que tratam bonecas reborn – modelo hiper-realista de um recém-nascido, criado artesanalmente para se assemelhar o máximo possível, mantendo detalhes como cheiro, peso, textura da pele, veias, manchas, e cabelo implantado fio a fio – como se fossem bebês reais, dando mamadeira, trocando fraldas e até levando os “pequenos” para passear em carrinhos. Embora para alguns isso possa parecer apenas um hobby ou uma forma inusitada de afeto, especialistas em saúde mental apontam que essa relação pode ter significados mais profundos.

O vínculo com a boneca pode funcionar como uma válvula de escape emocional. Apesar de não haver, por si só, um problema clínico em cuidar de um reborn, é preciso se atentar caso o comportamento comece a comprometer a vida social, profissional ou familiar da pessoa.

É importante que o debate sobre o tema seja conduzido com empatia e responsabilidade. Brincar de boneca é saudável para as crianças, mas sinaliza obsessão nos adultos. Não é exagero: trava-se na Justiça a disputa de um casal pela guarda de um bebê reborn. Custa até R$ 10 mil reais, dependendo do grau de personalização.

Pode parecer loucura, mas o caso é real e vem acontecendo em Aparecida de Goiânia (GO). Uma advogada compartilhou as informações: divorciados brigam para ficar com o brinquedo. Logo mais os bebês artificiais ocuparão os balanços das praças, sendo levados para creches, com pagamento de mensalidades, e para exames em hospitais, com a invenção de doenças. Diante dessa polêmica, sugiro uma entrevista com a advogada especialista em Direito de Família e Sucessões, Carla Rangel, que poderá falar dessa “nova modalidade”, e se existe algum direito envolvido nessa “nova relação”.

Enquanto isso, no Brasil, cerca de 5 mil crianças e adolescentes estão aptos para adoção. Só que eles não são acolhidos pelos preconceitos (nossos maiores defeitos de fabricação) dos 35 mil pretendentes, que não desejam maiores de 7 anos, grupos familiares ou crianças com algum tipo de deficiência.

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