Um bebê de seis meses, portador da Atrofia Muscular Espinhal (AME), recebeu a primeira dose de um dos medicamentos mais caros do mundo, o Zolgensma. O medicamento é totalmente custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e sua aplicação foi realizada no Hospital Maria Lucinda (HML). Essa terapia gênica foi inserida pelo Ministério da Saúde para um tratamento gratuito e inovador em crianças com a AME do tipo 1.
A Atrofia Muscular Espinhal do tipo 1 é considerada a forma mais grave da doença, e o Zolgensma é considerada a terapia mais avançada para o tratamento desta patologia. O bebê de seis meses, primeiro beneficiado, é uma menina residente de São Caetano, Agreste de Pernambuco. Diagnosticada aos três meses de idade, a criança é acompanhada até hoje pela equipe multidisciplinar do Hospital Maria Lucinda.
A Atrofia Muscular Espinhal (AME) é uma doença genética rara, progressiva e sem cura, que pode se manifestar em diferentes graus, do 0 ao 4. Ela é causada por uma herança genética dos pais e afeta a produção de uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores — células que controlam movimentos voluntários como respirar, engolir e se locomover. Apesar da gravidade, o SUS disponibiliza tratamentos capazes de estabilizar a progressão da doença.
Segundo Zilda Cavalcanti, Secretária Estadual de Saúde, é de extrema importância a aplicação dessa medicação para a saúde pública, “Esse tratamento significa um avanço na oferta de terapias de alta complexidade por meio do SUS, que, de forma inédita, garante o acesso gratuito a um medicamento com um custo tão elevado e baseado em bons resultados. Mais do que um marco científico, essa conquista representa esperança para outras famílias que enfrentam o mesmo diagnóstico”.
O Superintendente do Hospital Maria Lucinda, Luiz Alberto Araújo, destacou o momento histórico, não só para a saúde pública e para o estado, como também para o hospital, “Realizar essa aplicação no Maria Lucinda simboliza ainda o reconhecimento de nossa capacidade técnica e estrutural para liderar iniciativas inovadoras e de grande impacto social dentro do SUS”.