Deputados avalizam denúncia de venda de órgãos de bebês abortados nos EUA

Deputados republicanos dos EUA organizaram um painel na terça-feira (19) sobre o que chamaram de “horrível” extração de órgãos e tráfico de bebês abortados.

Uma apresentação da deputada republicana Marjorie Taylor Greene, da Geórgia, incluiu depoimentos de David Daleiden, fundador do grupo investigativo Center for Medical Progress (Centro para o Progresso Médico), e a fundadora do grupo pró-vida secular Progressive Anti-Abortion Uprising (Levante Progressista Anti-aborto; PAAU, na sigla em inglês), Terrisa Bukovinac.

Eles testemunharam que a Planned Parenthood, maior multinacional de aborto do mundo, e outras clínicas de aborto nos EUA, vendem órgãos e partes de corpos de bebês abortados em um lucrativo mercado negro de biomateriais.

Daleiden, que divulgou vários vídeos mostrando funcionários da Planned Parenthood discutindo a venda de partes de corpos, pediu à Câmara que abrisse uma investigação formal sobre a participação da indústria do aborto na extração de órgãos. Daleiden se passou por representante da indústria médica interessado em compra de órgãos para gravar seus vídeos.

“Numa época em que poderosas forças governamentais e midiáticas tentam silenciar essa mensagem, é imperativo que a Câmara reabra as investigações formais do mercado negro e da extração de órgãos de bebês abortados, para que as entidades financiadas pelos pagadores de impostos nunca possam colocar uma etiqueta de preço em seres humanos”, disse ele.

Venda de partes do corpo de bebês no mercado negro

Greene destacou durante o painel de discussão que a indústria do aborto opera praticamente sem supervisão federal ou independente, o que lhe permite conduzir atividades ilegais.

Daleiden afirmou que sua investigação como infiltrado, encontrou uma rede de empresas de biomateriais em parceria com a Planned Parenthood e outras clínicas de aborto para obter partes do corpo de bebês para experimentos e outros fins.

“Eu me encontrei com dezenas das principais clínicas de aborto da Planned Parenthood em suas luxuosas feiras comerciais de aborto patrocinadas por empresas que compram partes de bebês”, disse ele.

Um vídeo secreto mostrado por Daleiden durante o evento mostrou uma executiva da Planned Parenthood no estado de Washington projetando que sua organização ganharia US$ 250 mil (R$ 1,24 milhões) com vendas de partes de bebês para uma única empresa de biotecnologia então chamada StemExpress (agora chamada CGT Global).

Ele também descreveu a parceria da Planned Parenthood com a Universidade da Califórnia e a Universidade de Pittsburgh, na qual a indústria do aborto recebe dinheiro em troca do fornecimento de partes de corpos de bebês.

Um dos experimentos descobertos por Daleiden em 2020 era da Universidade de Pittsburgh, que estava enxertando couro cabeludo de bebês abortados em ratos de laboratório para que crescesse cabelo humano nos ratos. Daleiden disse que essa experiência foi financiada por verbas federais dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês), financiadas pelos pagadores de imposto, portanto.

Segundo dados coletados pelo Charlotte Lozier Institute (CLI, na sigla em inglês), instituto de pesquisa médica e científica pró-vida, o NIH diz gastar uma média de US$ 108 milhões (R$ 537,46 milhões) por ano em experimentos em fetos.

Ao citar as negociações orçamentárias em andamento no Congresso, o deputado republicano Chip Roy, do Texas, falou à imprensa que os membros da Câmara deveriam investigar mais a fundo e que o dinheiro do orçamento do NIH para experimentos em fetos deveria ser cortado.

Alegações sobre o envolvimento de Kamala Harris

Daleiden também alegou que a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, esteva envolvida no “encobrimento” do esquema de colheita de órgãos da indústria do aborto quando era procuradora-geral da Califórnia, de 2011 a 2017.

Depois da divulgação de vídeos do Center for Medical Progress expondo os executivos da Planned Parenthood, Harris ordenou uma busca policial no apartamento de Daleiden para apreender “centenas de horas de imagens secretas não divulgadas”, disse ele.

Daleiden disse que, sob a administração de Harris, o sistema de justiça da Califórnia o processou, emitiu uma liminar para impedi-lo de divulgar o resto das imagens e, por fim, multou seu grupo em US$ 25 milhões (R$ 124, 41 milhões). Um tribunal federal na Califórnia concluiu que o trabalho secreto de Daleiden violou leis estaduais e federais.

“A indústria do aborto, liderada pela Planned Parenthood, é um poderoso [grupo] de interesse especial em nosso país; eles lutam para silenciar as notícias sobre o seu mercado negro de colheita de órgãos de bebês abortados e o encobrimento contínuo chega aos mais altos níveis do nosso governo”, disse Daleiden.

Fonte: ACI Digital

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