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Com uma mensagem de fé e esperança, o Papa Francisco abriu solenemente a Porta Santa da Basílica de São Pedro, dando início ao 28º Jubileu da história da Igreja Católica. O evento, carregado de simbolismo e espiritualidade, marca o início de um tempo especial de misericórdia, perdão e renovação para milhões de fiéis ao redor do mundo.
Um rito carregado de simbolismo
Antes da abertura da Porta Santa, houve um momento de preparação com a proclamação das profecias bíblicas sobre o nascimento do Salvador. Em silêncio e com profundo recolhimento, o Pontífice empurrou as portas do templo enquanto os sinos da Basílica ecoavam pelo céu de Roma.
Após atravessar a Porta Santa, Francisco foi seguido por ministros, 54 representantes dos cinco continentes e concelebrantes, que se dirigiram ao Altar da Confissão para a celebração da missa, ao som do hino jubilar “Peregrinos de esperança”. O rito seguiu com a leitura da calenda e a revelação da imagem do Menino Jesus, em um gesto de ternura acompanhado por flores oferecidas por crianças e a incensação da imagem sagrada.
Uma mensagem de esperança viva
Na sua homilia, o Papa Francisco destacou o anúncio do Evangelho de Lucas: “Hoje, na cidade de Davi, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias Senhor”. Com essa mensagem, o Pontífice reforçou que a esperança cristã não é algo abstrato, mas uma realidade viva que envolve todas as esferas da vida humana.
“Deus é o Emanuel, Deus conosco. A esperança não está morta, está viva! Com a Porta Santa aberta, também se abriu a porta da esperança para cada um de nós”, afirmou Francisco. Ele enfatizou que essa esperança se estende até as situações mais desoladoras do mundo atual, mencionando guerras, crianças vítimas de violência e destruição de lares e hospitais.
Apressadamente: Um chamado à ação
Inspirado pelo relato dos pastores que correram ao encontro do recém-nascido Salvador, Francisco exortou os fiéis a não permanecerem inertes. “Apressadamente, vamos ao encontro do Senhor. A esperança cristã não é esperar um final feliz como num filme, mas agir com coragem aqui e agora”, declarou o Pontífice.
O Papa fez um apelo claro contra a mediocridade, o comodismo e o egoísmo, afirmando que a esperança cristã exige audácia, responsabilidade e compaixão. Ele provocou uma reflexão profunda: “Eu tenho compaixão? Sei ‘sentir com’ o outro?”
Tempo de esperança e transformação
Encerrando sua mensagem, o Papa Francisco declarou que este Jubileu é um tempo de esperança, transformação e compromisso. Ele destacou que a Terra, desgastada pela lógica do lucro, os países oprimidos por dívidas injustas e os povos aprisionados pela violência e desigualdade precisam do olhar misericordioso e da ação concreta dos cristãos.
“Nesta noite, irmã, irmão, é para você que se abre a porta santa do coração de Deus. Jesus nasce para você, para nós, para cada homem e mulher. Com Ele, a alegria floresce, a vida se transforma e a esperança se fortalece”, finalizou Francisco.
O Jubileu, assim, se apresenta não apenas como uma celebração religiosa, mas como um convite global para a renovação interior e para a construção de um mundo mais justo e solidário.
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